Acordo prevê usar fibra da sueca Circulose misturada ao acetato celulósico Naia da americana.
Em novo movimento global de uso de reprocessados têxteis na fiação, a Eastman anuncia acordo com a sueca Renewcell, fabricante da Circulose, polpa de celulose solúvel 100% feita de resíduos têxteis, como roupas usadas e restos de produção. É um protocolo de intenção para desenvolver Naia Renew usando Circulose. A partir de agora serão realizados testes operacionais e de manufatura que comprovem a viabilidade dessa combinação da Circulose com o acetato celulósico da Naia. Não há prazo definido para o lançamento, informou ao GBLjeans Carolina Sister Cohn, líder global de marketing da Eastman.
A chegada da nova fibra ao mercado depende da conclusão dos resultados da substituição de parte da polpa de madeira virgem na Naia Renew por Circulose. Conforme Carolina, mesmo com o acordo com a Renewcell, a Eastman anuncia que continuará a comercializar a Naia Classic e a Naia Renew, atualmente produzida com 60% de polpa de madeira virgem e 40% de materiais reciclados, incluindo plásticos descartáveis, têxteis e carpetes. O acordo com a Renewcell ampliaria a quantidade de conteúdo reprocessado na produção da Naia Renew.
De acordo com a Renewcell, a Circulose é fornecida a fiações para “fabricarem fibras cortadas ou filamentos de viscose, liocel, modal, acetato ou outros tipos de fibras celulósicas artificiais. Essas fibras são então transformadas em fios, tecidas e, finalmente, transformadas em novos produtos têxteis de alta qualidade”.
A fábrica da Renewcell na Suécia entrou em operação comercial em agosto de 2022, com pequeno atraso em relação ao cronograma original e novo aporte de capital. Segundo a empresa, a fábrica tem capacidade para reciclar 60 mil toneladas de têxteis por ano. No terceiro trimestre de 2022, a Renewcell obteve receita operacional equivalente a US$1,2 milhão.
NAIA NO BRASIL
A Eastman lançou a Naia Renew no Brasil em agosto passado, já tendo negociações com algumas tecelagens e malharias do país. Conforme Carolina, algumas dessas negociações evoluíram estando em “fase final de desenvolvimento dos tecidos para lançamento no Brasil em 2023”.
