A calça brasileira que conquistou o mundo

Gang exporta metade de sua produção e se prepara para abrir a primeira loja em São Paulo

 

Dos bailes funks dos morros no Rio de Janeiro para o armário de Gisele Bünchen e Paris Hilton, as calças da marca carioca Gang são vendidas em 27 países, somando 30 mil peças por mês entre o Brasil e o exterior. Os Estados Unidos são o principal comprador da marca. Em novembro, a Gang fincará pé em São Paulo. A primeira loja da marca na cidade será aberta, em novembro, no shopping Morumbi.

 

As calças que ficaram famosas por deixar o bumbum arrebitado são feitas com dois tipos de tecido: moletom com lycra e jeans stretch. A modelagem é extremamente justa, com costuras internas na região das nádegas; cintura, baixíssima (pelo menos dez centímetros para baixo do umbigo); e a parte de trás é mais alta que a da frente proporcionando um caimento justo nos quadris. Por mais minuciosa que seja a descrição, nenhuma grife conseguiu copiar a modelagem que conquistou todas as classes sociais e sobre a qual o proprietário e criador da peça, Alcymar Amorim, mantém sigilo.

 

 

 

A marca surgiu da união dos moldes das calças das lojas parisienses Bob Shop e Mackeen com o olhar astuto de Amorim para perceber que as moças que começaram a povoar as academias nos anos 90 certamente gostariam de mostrar os resultados com roupas ousadas. Paulistano de nascimento, Amorim, 60 anos, criou a grife há 31 anos no Rio de Janeiro. Nos anos 80, a marca chegou a fazer sucesso vendendo roupas com personagens da Disney. Mas foi em 1997 que surgiu a calça cuja modelagem, para alguns excessivamente sexy, virou sucesso comercial.

 

 

O estouro nas vendas fez o empresário, que só vendia no atacado, arriscar no varejo. São oito lojas no Rio de Janeiro e um showroom em Miami (EUA). As calças custam a partir de R$ 189,00. Os modelos com aplicação de cristais e bordados chegam a R$ 400,00. Nos Estados Unidos, onde 96 lojas em nove estados vendem peças da grife, os preços variam de US$ 160 a US$ 400. Mais 26 países, como Israel, Itália, Japão, México e Noruega, consomem a marca. Os pedidos são feitos por representantes comerciais, distribuidores e diretamente com o escritório do Rio de Janeiro.

 

A produção de 30 mil peças por mês é realizada por cerca de 200 funcionários na fábrica localizada em São Cristóvão, e metade dela é exportada. Para o Verão 2007, a marca vai se render ao modelo de calça skinny, que já povoa as araras das grifes há duas coleções. Os planos para o mercado internacional são conquistar mais países compradores. Contatos com o Egito, por exemplo, já estão encaminhados.